Assédio moral virtual tornou-se algo comum e um dos motivos é a falta de alinhamento do Direito Trabalhista com as boas práticas de gestão.
Quer um exemplo? Você já ouviu o áudio de um colaborador revoltado com o chefe, que o chamou de preguiçoso no grupo dos funcionários no WhatsApp?
Esse e tantos outros episódios acabam virando peça de comédia na internet, mas são frutos da realidade dramática de muitas empresas: pouco preparo dos gestores para lidar com o time nos ambientes virtuais.
A facilidade dos canais digitais é muito bem-vinda para agilizar inúmeras tratativas de trabalho cotidianas. Mas, isso não significa que são espaços se lei.
Ao contrário, o mesmo que vale para o local presencial de trabalho precisa ser observado nos ambientes virtuais.
Separamos 3 cuidados básicos e principais que você deve ter para não cometer falhas que geram ações de dano ou assédio moral no digital.
Assédio moral virtual: como evitar
A praticidade da comunicação virtual pode fazê-la parecer mais informal e menos sujeita às leis trabalhistas e civis. No entanto, para os meios virtuais valem as mesmas regras dos ambientes físicos e presenciais.
Veja 3 das principais precauções que todo gestor deve tomar para não praticar dano ou assédio moral virtual.
1. Não exponha o colaborador em grupos de conversa
Uma coisa é sinalizar para o time o ajuste de uma tarefa, onde o foco está na atividade. Outra coisa é dar feedback sobre comportamento, desempenho ou qualquer outro assunto de cunho individual e moral.
Precisa chamar atenção de um colaborador específico referente a seu comportamento ou a algum assunto particular, e vai fazer isso no ambiente virtual? Faça de maneira comedida e privada, numa janela de bate-papo ou e-mail onde apenas vocês dois estejam presentes.
Além disso, escolha a comunicação não violenta para a abordagem, adotando um caminho que permita uma troca sem ofensas ou de dupla interpretação. Se possível, escolha reuniões virtuais onde ambos possam dialogar.
E vale lembrar: seja para assuntos referentes à rotina diária ou seja para assuntos mais intensos e individuais, a comunicação precisa ser respeitosa e construtiva tanto para que exista o cumprimento da Lei quanto para o fomento de uma relação saudável e produtiva.
2. Evite recorrência de mensagens instantâneas fora do expediente
Salvas as situações em que o colaborador está ciente de que poderá receber mensagens instantâneas extraordinárias por força de uma ocasião pontual envolvendo uma tarefa, evite a recorrência de bate-papo em horários muito destoantes.
3. Observe suas palavras
Lembre-se de que o ambiente virtual exige um pouco de habilidade textual para que as mensagens não tenham dupla interpretação. A dica para esse tipo de texto é manter a simplicidade: seja claro, objetivo e educado. Evite palavras de baixo calão, juízos de valor e termos inapropriados.
Assédio moral virtual: como alinhar o Direito do Trabalho com a gestão?
Para evitar episódios de assédio moral e seus consequentes custos financeiros e humanos, o ideal é unir boas práticas de gestão com a interpretação e aplicação eficiente da Lei Trabalhista.
Isso é possível com advogados especialistas em Direito do Trabalho para Empresas e com conhecimento em gestão. Contratar uma assessoria jurídica mensal, por exemplo, pode ser um caminho inteligente e até econômico.